Dia Internacional da Igualdade Feminina. Vem conhecer essa data
Você sabe o que se comemora no Dia Internacional da Igualdade Feminina? Explicaremos o movimento que deu origem a data e quais são os desafios do feminismo. Saiba mais!
Do final do século XIX até os dias atuais, é diária e constante a luta feminista pela igualdade da mulher em relação aos homens. Muitas foram as conquistas ao longo desse tempo, mas sabemos também que há, ainda, um caminho extenso e cheio de obstáculos a ser percorrido.
Isso sem esquecer de considerar que para algumas mulheres, como as pretas e as trans, as batalhas podem ser ainda mais difíceis, e são muitos os direitos a serem conquistados em comparação às brancas e cis.
Porque, vale sempre lembrar, em nossa sociedade, de forma geral, uma mulher cis branca hétero de classe média está em uma posição muito mais confortável que uma mulher trans negra pobre. Então, é importante ficarmos atentas às desigualdades que existem entre nós, mulheres, concorda? Assim, andamos de mãos dadas, porque juntas somos mais fortes e podemos ir muito mais longe!
E é para não esquecer de nenhuma irmã que existe o Dia Internacional da Igualdade Feminina.
Igualdade da mulher
Antes de qualquer coisa, achamos importante fazer uma ressalva no próprio nome dessa data. Em um artigo que publicamos no ano passado, destacamos a diferença entre igualdade e equidade. Vamos relembrar:
Basicamente, a igualdade refere-se a tratar todos como iguais. Quando falamos de direitos e oportunidades, trata-se de oferecer as mesmas condições, a todas as pessoas, sem distinção.
Por outro lado, a equidade reconhece as individualidades, considerando contextos distintos e, com isso, busca equilibrar a balança social oferecendo mais para quem tem menos.
Dia internacional da igualdade da mulher
Feita essa pequena observação, vamos ao Dia Internacional da Igualdade Feminina. Ele é comemorado no dia 26 de agosto desde 1973, para celebrar a conquista do voto feminino nos Estados Unidos, que ocorreu em 1920.
No Brasil, as mulheres conquistaram o direito ao voto a partir do Código Eleitoral de 1932. Hoje, 91 anos depois, nós mulheres somos 52% do total de eleitores brasileiros. Pena que ao falar em representatividade na política, estamos bem abaixo.
Em 2023, a participação de mulheres em cargos de alta liderança na administração pública federal é de 34%. Precisamos aumentar esses números para termos representantes que se preocupem com nossas necessidades.
Igualdade da mulher no Brasil
Para dar um ânimo, vamos relembrar algumas das importantes conquistas do feminino que tivemos até aqui, em busca de igualdade da mulher no Brasil:
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Em 1932, o Código Eleitoral concedeu à mulher o direito de votar.
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Em 1962, o Estatuto da Mulher Casada permitiu que as mulheres trabalhassem sem necessidade de autorização do marido.
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Em 1974, passamos a ter direito à liberação de cartão de crédito sem a necessidade do consentimento do cônjuge.
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Em 1985, foi criada a primeira Delegacia da Mulher.
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Em 1988, a nova constituição passou a reconhecer a igualdade das mulheres perante os homens.
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Em 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha, onde a violência doméstica ou familiar contra a mulher passa a ser reconhecida como crime.
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Em 2015, foi aprovada a Lei do Feminicídio, que faz com que esse seja considerado um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos.
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Em 2019, foi legitimada a aplicação da medida protetiva de urgência à mulher em situação de violência doméstica e familiar.
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Em 2021, foi inserido o crime de violência psicológica contra a mulher, com previsão de pena de seis meses a dois anos e multa para o agressor.
Para finalizar, lembramos que o Dia Internacional da Igualdade Feminina, assim como o Dia Internacional da Mulher, não é uma data de comemoração. Trata-se de um lembrete do longo caminho, com grandes desafios, que ainda temos a percorrer.
Tati Barros
Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.