Um guia sobre as ondas do feminismo ao longo da história
Será que você sabe quais são as ondas do feminismo? Nós te mostraremos cada onda feminista e a sua evolução ao longo da história. Vem saber mais sobre esse tema!
“Eu sou porque nós somos”. Essa é a tradução de Ubuntu, uma filosofia dos povos sul-africanos zulu e xosa que busca na força dos antepassados, a construção da identidade do indivíduo. Quando falamos em feminismo e nas ondas do feminismo, é impossível não fazer a correlação com a filosofia ubuntu. Isso porque é graças às mulheres que vieram antes de nós que hoje somos quem somos, que vivemos a vida vivemos, que usufruímos dos direitos que temos.
Nós somos o que nossas antepassadas e suas contemporâneas foram e lutaram. E isso pode ser facilmente comprovado ao estudar as quatro ondas do feminismo e suas conquistas ao longo dos anos.
As ondas feministas
O feminismo é um movimento que, essencialmente, luta pela igualdade de gênero, combatendo o modelo social baseado no patriarcado, que oprime e violenta as mulheres, enquanto privilegia os homens.
Esse movimento é dividido por estudiosos em quatro ondas feministas, que vamos explicar a seguir:
Primeira onda do feminismo
A primeira onda feminista teve início no final do século XIX, e foi comandada pelas mulheres do Reino Unido e dos Estados Unidos. Vale destacar que se tratava de mulheres brancas e de classe média que, inspiradas pela Revolução Francesa, buscavam que o conceito de liberdade, igualdade e fraternidade fossem estendidos a elas.
Entre os direitos pelos quais elas lutavam estavam o direito ao voto e uma relação equilibrada no casamento.
Segunda onda do feminismo
A segunda feminista onda tem início na década de 1960 e termina nos anos 1980. Com os direitos buscados durante a primeira onda conquistados, as mulheres feministas da época almejavam uma ampliação, especialmente àqueles ligados à sexualidade.
Entre as reivindicações estavam o controle sobre a anticoncepção, a maternidade e o aborto. Também entravam na luta a igualdade de acessos ao trabalho remunerado e aos estudos em universidades, garantindo mais autonomia para a mulher e menos submissão em relação ao homem.
Terceira onda do feminismo
A terceira onda do feminismo surge a partir de 1990 e, pela primeira vez, engloba o feminismo negro, busca combater os preconceitos de classe e passa a considerar, também, as mulheres trans.
No momento em que o movimento reconhece as muitas cores, etnias, nacionalidades, religiões e origens culturais, surgem também novas vertentes de movimentos feministas.
A feminista Rebecca Walker foi a responsável por cunhar o termo "terceira onda do feminismo", lançando luz nas lutas queer e de mulheres não-brancas, saindo da bolha de privilégios em que estruturalmente as mulheres brancas, cis e de classe média se encontram historicamente.
Quarta onda do feminismo
A quarta onda é também conhecida como ciberativismo feminista e se caracteriza pelo uso massivo das redes sociais. Ela tem como principal ferramenta, veículo e voz a tecnologia.
As lutas são amplas e passam por questões como justiça para as mulheres, oposição ao assédio sexual e à violência contra a mulher, misoginia e tudo o que se refere à desigualdade de gênero.
Procuramos nesse artigo resumir de um jeito simples as fases do feminismo. Mas essa deve ser apenas uma porta de entrada para realmente entender o movimento. Quer uma dica para se aprofundar nesse tema que é de todas nós? Vale a pena ler livros sobre o movimento feminista, incluindo “Feminismo para todos”, da escritora Bell Hooks. E veja nossas dicas de filmes sobre feminismo 😉
Tati Barros
Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.