Saúde e bem-estar

Qual o melhor anticoncepcional para cada mulher?

Camila Luz
4 Dec, 2022
4 min. de leitura
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O melhor anticoncepcional para você depende das suas condições de saúde, do seu histórico familiar, da sua fase de vida e de suas preferências. Entenda

Com tantos métodos contraceptivos disponíveis no mercado, ficamos cheias de dúvidas na hora de escolher o melhor anticoncepcional. Nessas horas, informação é tudo!

 

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Se você está buscando prevenir gravidez, a primeira coisa a fazer é bater um papo sensato e sincero com o seu ginecologista. O profissional irá fazer a anamnese, que é uma série de perguntas sobre o seu histórico de saúde e o da sua família, assim como sobre o seu estilo de vida. As suas preferências contam muito na hora de escolher um método eficiente. 

 

Segundo a dra. Rebeca Gerhardt, o médico também poderá solicitar exames antes de prescrever certos métodos – mas só se for necessário. O ideal é que você já deixe a consulta com uma prescrição em mãos para começar a se proteger o quanto antes.

 

A escolha sobre o melhor anticoncepcional para cada mulher é feita sempre em conjunto com o ginecologista. Não há fórmula mágica que funcione para todas. O médico irá sugerir as melhores opções no seu caso e você terá a palavra final 😉

 

Se aconchegue aí no sofá (ou onde você estiver) e veja, abaixo, uma lista dos principais métodos contraceptivos e por que escolher cada um deles:

Preservativo (camisinha) A camisinha é um método de barreira, ou seja, que impede o contato dos espermatozoides com a vagina. Este método é excelente pois não previne apenas gravidez, mas também as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como gonorreia, clamídia e HIV. Tanto o preservativo masculino quanto a camisinha feminina são bastante eficientes – desde que você ou seu parceiro coloquem direitinho no pênis ou na ppk. A desvantagem é que a camisinha pode causar desconforto para algumas pessoas ou rasgar.

 

Algumas mulheres se sentem mais seguras se estiverem utilizando um método hormonal, além da camisinha, para evitar gravidez. Mas lembre-se: o preservativo é o único método que previne ISTs.

 

Diafragma

Assim como a camisinha, o diafragma é um método de barreira. A diferença é que esse anel feito de silicone ou látex, com bordas firmes e flexíveis, deve ser colocado dentro do canal vaginal.

 

O diafragma deve ser inserido antes da relação sexual e retirado logo depois (ao menos no mesmo dia). Ele também impede a entrada dos espermatozoides no útero, mas não previne infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, não dá para simplesmente comprar na farmácia sem ir ao médico antes, tá? O ginecologista precisa medir o seu colo do útero e indicar o tamanho adequado para que, então, você possa comprar o tamanho adequado.

O lado positivo é que o diafragma pode ser reutilizado, desde que você higienize direitinho.

Pílula anticoncepcional

Depois da camisinha, a pílula é o método mais famoso. Existem dois tipos principais: as combinadas, que possuem os hormônios estrogênio e progesterona, e as minipílulas, que contêm apenas progesterona.

 

A pílula inibe a ovulação e provoca alterações no muco do endométrio (a camada do útero), o que cria um ambiente pouco acolhedor aos espermatozoides. Existem muitas marcas disponíveis no mercado e os efeitos variam bastante entre elas.

 

Os efeitos colaterais também podem variar de mulher para mulher. Em alguns casos, a pílula faz maravilhas: o fluxo e as cólicas diminuem, a pele melhora e o cabelo fica menos oleoso. Em outros, pode provocar escapes de sangue durante o ciclo menstrual, náuseas e até variações de humor.

 

Para descobrir quais são os efeitos da pílula no corpo, é preciso fazer uma tentativa – e isso vale para todos os métodos hormonais. A desvantagem deste método é que você precisa tomar a pílula todos os dias no mesmo horário para alcançar a máxima eficiência. Colocar um lembrete ou despertador no celular é a dica pra não esquecer!

 

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Implante

O implante também contém hormônios e funciona de forma similar à pílula, inibindo a ovulação. A diferença é que você não precisa tomar um comprimido todos os dias. Um tubinho de plástico bem minúsculo é introduzido na parte interna do braço, embaixo da pele, pelo ginecologista. Ele libera os hormônios para o sangue de forma lenta. E você, fica tranquilona 🙂

 

O implante também pode provocar alguns efeitos colaterais, como escapes de sangue, náuseas e dores de cabeça. Ah, e este método não é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, é preciso ir a um médico particular e ter os custos cobertos por um plano de saúde, ou pagar por eles.

Injeção hormonal

As injeções podem ser mensais ou trimestrais e funcionam do mesmo jeito que o implante, liberando hormônios lentamente no organismo.

 

Adesivo cutâneo

Trata-se de um adesivo mesmo, que, ao ser colado na pele, libera dois hormônios, a progesterona e o estrogênio, na corrente sanguínea. Eles inibem a ovulação por 21 dias. É como a pílula, mas você não precisa ficar lembrando de tomar todos os dias – mas tem que lembrar de tirar o adesivo por 7 dias. Daí coloca um novo no ciclo seguinte.

 

Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre e hormonal

O DIU é um objeto pequeno que parece um "T" feito de cobre. É tipo um fio, que é inserido na parte de baixo do útero (chamada de colo) e fica por ali por alguns anos, provocando uma mini inflamação e atrapalhando os espermatozoides. Mas é de boa, essa inflamação provocada pelo cobre não te prejudica, só afasta os espermatozoides mesmo.

 

O DIU também pode ser hormonal. O modelo é similar ao de cobre, mas libera hormônios na região do útero para prevenir gravidez. Ambos os métodos são colocados pelo ginecologista e, após a colocação, você só precisa fazer exames periódicos para ter certeza de que o DIU está no lugar.

 

A vantagem do DIU é que você não precisa ficar lembrando de tomar a pílula ou de inserir o diafragma. O dispositivo deve ser trocado a cada quatro ou cinco anos, de acordo com a recomendação do ginecologista, podendo chegar a 10 anos no caso do de cobre. No entanto, o DIU pode provocar mais cólicas em algumas mulheres e nem sempre apresenta os efeitos positivos da pílula, como melhora da oleosidade da pele.

O DIU hormonal, em particular, pode provocar a amenorreia, que é a ausência de menstruação, assim como os demais métodos hormonais. Para mulheres que têm fluxo muito intenso e passam mal de dores de cabeça ou cólicas durante a TPM, cortar a menstruação pode ajudar.

 

Anel vaginal

Este método possui características da pílula e do DIU. O anel é de silicone, parecido com um elástico de cabelo, e deve ser colocado no canal vaginal por 21 dias. Depois, deve ser retirado por 7 dias. Aí é preciso colocar outro. Para muitas mulheres ele é super confortável, a ponto de nem sentir que ele está lá dentro. Quando colocado, o anel libera hormônios direto no útero.

 

Se para você é tranquilo colocar o anel vaginal por conta própria, esse método pode ser bastante eficaz.

Qual o melhor anticoncepcional para quem nunca tomou?

Nesses casos, o processo é o mesmo para quem já utiliza métodos contraceptivos há tempos. O ginecologista irá avaliar o seu histórico de saúde e da sua família. Se outras mulheres na família apresentaram doenças como o câncer de mama, por exemplo, ele poderá desaconselhar o uso de hormônios, que podem estar associados ao surgimento desses tumores malignos.

 

O ginecologista também irá avaliar as suas preferências e a fase da vida na qual você está. Se você tem dificuldades para tomar a pílula sempre no mesmo horário, poderá recomendar um método de longa duração, como o DIU ou o implante. Se você prefere evitar hormônios, seja por questões físicas ou hormonais, poderá recomendar um método de barreira.

 

Mas se você tem muito medo de engravidar, ou está em uma fase como a adolescência, na qual ter um bebê é mais complicado, confiar apenas na camisinha pode ser um pouco arriscado. Então, métodos combinados (pílula + camisinha, por exemplo) podem ser sugeridos.

 

Contar com um ginecologista de confiança, com quem você se sente à vontade para falar sobre as suas preferências e preocupações, é fundamental nesse processo de escolher o melhor método contraceptivo. Informe-se bem e faça as suas tentativas. Aos pouquinhos, você irá encontrar o método que dá o match perfeito.

Camila Luz

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.

 

Dra. Rebeca Gerhardt

Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.  

 

 

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.