Questionando Estigmas

Sexo lésbico seguro: um guia para você saber tudo sobre esse assunto

Tati Barros
13 Sep, 2023
4 min. de leitura
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Nós preparamos um manual de sexo lésbico seguro levando em conta maneiras de como prevenir as infecções sexualmente transmissíveis. Saiba mais!

Se a sexualidade feminina já é um tema cercado por estigmas, o que dizer então sobre relações sexuais entre mulheres? Muitas vezes, o sexo hétero é abordado pela perspectiva do homem, e o sexo lésbico, ainda que isso surpreenda, também costuma ganhar algum destaque somente quando colocado dentro da caixa de erotização e fetichização masculina.

  

No entanto, é fundamental que nós, mulheres, assumamos essa narrativa e falemos sobre sexo a partir das nossas vivências, sejam elas heterossexuais, homossexuais, bissexuais ou de qualquer outro tipo. Só assim será possível realmente experienciar a sexualidade de forma prazerosa e, claro, segura. 

 

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Sexo lésbico

O sexo entre pessoas com vagina merece uma atenção especial quando o assunto é proteção. Isso porque são ainda poucos os recursos que garantam uma relação totalmente segura. E quando falamos disso, consideramos não apenas a penetração (que, sim, acontece no sexo lésbico), como também o sexo oral e a chamada "tesourinha"

 

Uma pesquisa publicada no Public Health entrevistou 150 mulheres que mantêm relações com pessoas do mesmo sexo. O estudo revelou que quase metade delas (71) contraiu alguma infecção sexualmente transmissível (IST), sendo que 45% delas foram contaminadas pelo vírus HPV

 

Como é o sexo lésbico

Como vivemos em uma sociedade heteronormativa (que coloca a heterossexualidade como a norma) e falocêntrica (centrada no falo), é comum que mulheres lésbicas sejam questionadas se o pênis não faz falta em suas relações sexuais. Mas veja só:

 

Uma pesquisa realizada em 2014 mostrou que mulheres heterossexuais sentem prazer em apenas 63% das relações, enquanto mulheres lésbicas têm orgasmos em 75% das vezes. 

 

As possibilidades de tipos de sexo entre pessoas com vulva incluem:

 

 
  • Sexo oral: ou seja, vulva-boca;

  • Tesourinha: nessa posição sexual, as duas pessoas entrelaçam suas pernas e, a partir disso, esfregam vulva com vulva;

  • Penetração com dedo: o dedo pode ser usado para penetrar tanto a vulva quanto o ânus;

  • Brinquedos sexuais: podem também ser utilizados vibradores, dildos e outros brinquedos sexuais, sejam para penetração ou para estimular outros pontos erógenos, como clitóris, seios, entre outras possibilidades.

 

 

Como se proteger no sexo de lésbica

Na década de 80, durante a epidemia de aids, apenas práticas homossexuais masculinas foram relacionadas aos meios de transmissão do vírus HIV. Com isso, criou-se a ideia completamente errônea de que o sexo lésbico não apresentava riscos.

 

Em todos os tipos de sexo lésbico que citamos há risco de se contrair infecções como HIV, herpes, HPV, sífilis, clamídia e gonorreia. Por isso, o uso de preservativos é essencial em qualquer relação, e no sexo lésbico algumas opções são as calcinhas de látex, o dental dam (que é uma folha de látex), a camisinha masculina, a camisinha feminina e as luvas de látex

 

Se há troca de secreções, compartilhamento de acessórios, contato entre órgãos sexuais, feridas, verrugas ou sangue (inclusive menstruação), há possibilidade de contrair IST.

 

Além disso, é essencial manter consultas, exames e vacinação em dia, para assim, podem viver sua sexualidade de forma livre, prazerosa e segura, cuidando da sua saúde sexual!

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.