Questionando Estigmas

Muita gente pergunta. Como saber se tive um orgasmo?

Tati Barros
18 Aug, 2022
4 min. de leitura
desenho de casal deitado na cama

O corpo dá alguns sinais de que você teve um orgasmo. Vem saber quais são

O orgasmo é conhecido como o ápice do sexo, visto, praticamente, como o grande objetivo a ser alcançado durante a relação sexual (e daqui a pouco vamos discutir essa ideia). Mas essa é uma experiência única e pessoal, que se manifesta das mais distintas formas em cada pessoa. Talvez, por isso mesmo, é comum a gente se pegar pensando: como saber se tive um orgasmo? E é sobre isso que vamos falar agora.

 

desenho de casal feliz na cama

 

C

Antes de qualquer coisa, precisamos te dizer que, caso você já tenha feito sexo, mas não tenha tido a sensação do orgasmo ainda, isso é normal. Um estudo publicado na revista Sex Roles mostrou que os homens atingem o clímax com muito mais frequência do que as mulheres, durante o sexo heterossexual.

 

Cada pessoa responde de um jeito aos estímulos e, à medida que você vai conhecendo melhor o seu corpo e, até mesmo se sentindo mais confortável dentro de uma relação, isso tende a mudar, ?

 

E, muitas vezes, a relação pode ser super prazerosa mesmo sem chegar ao gozo. Ficar totalmente focada em alcançar o orgasmo, aliás, pode fazer você deixar de curtir um momento muito gostoso. 

 

Mas bora responder a pergunta deste texto: como saber se tive um orgasmo 😉 Há algumas alterações físicas que são típicas do organismo feminino quando a gente goza e que podem te ajudar a saber se alcançou o orgasmo. Tem um estudo, chamado “Função sexual feminina: aspectos normais e patológicos”, que mostra essa lista:

 

  • Contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico (aqueles que dão sustentação aos órgãos da região baixa do abdômen e que têm funções relacionadas aos sistemas reprodutor, urinário e digestivo);

  • Aumento dos batimentos cardíacos (coração dá aquela acelerada!);

  • Maior lubrificação na ppk;

  • A respiração fica mais acelerada e ofegante;

  • Ondas de calor pelo corpo;

  • Aumento do volume do clitóris, da vagina e dos lábios vaginais, devido ao aumento da irrigação sanguínea na ppk;

  • Enrijecimento dos mamilos;

  • Sensação de pequenos choques pelo corpo;

  • Leve inclinação da cabeça para trás e o tronco se eleva, a depender da posição;

  • Contrações rápidas das paredes vaginais, bumbum, coxas, pernas, músculos da barriga e ânus;

  • Necessidade inconsciente de fechar as pernas, como uma forma de pressionar o clitóris, que fica mais sensível.

 

Depois que a gente goza, o cérebro recebe uma grande quantidade dos chamados "hormônios do prazer", como a ocitocina e a dopamina, que dão as sensações de euforia, afeto, bem-estar e intimidade, entre outras.

  

Além disso, é comum que, especialmente os homens, sintam uma sonolência logo após o orgasmo. Isso acontece graças a outro hormônio, chamado prolactina, que causa um relaxamento.

 

Falta de orgasmo 

Para você ter uma ideia de como orgasmo é um tema complexo, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Brigham Young, dos Estados Unidos, e publicado no The Journal Sexual Medicine, mostrou que 87% dos maridos e 49% das esposas relataram ter orgasmos consistentemente. Presta atenção nesse dado: um pouco menos da metade das mulheres casadas gozam "de forma consistente"! Foram entrevistados 1.683 casais heterossexuais recém-casados. Muito expressiva essa diferença entre homens e mulheres, né?

  

Outro dado interessante dessa pesquisa é que 43% dos homens estavam enganados sobre a frequência que suas mulheres tinham orgasmos.

 

Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, as pessoas homossexuais possuem uma relação diferente com o orgasmo. A pesquisa revelou que cerca de 95% dos homens homossexuais disseram ter orgasmo 89% das vezes, enquanto os homens bissexuais ficaram apenas um ponto percentual atrás, como 88%. Já as lésbicas disseram atingir o orgasmo 86% das vezes.

 

 

desenho de mulher sentada

 

Anorgasmia: o que é

Ainda falando sobre a dificuldade em ter um orgasmo, há mulheres que apresentam um problema chamado anorgasmia, o segundo problema sexual mais frequentemente relatado entre mulheres, segundo a Revista Brasileira de Sexualidade Humana. Essa condição é considerada "um atraso persistente ou recorrente na falta de orgasmo e que causa aflição ou dificuldades nas relações".

  

Ainda de acordo com a publicação, algumas das formas de tratar essa condição são terapia comportamental cognitiva, que utiliza exercícios comportamentais como a masturbação direta e o tratamento de dessensibilização sistemática (uma técnica que consiste na repetição, de forma gradual, da experiência que causou traumas), assim como a educação sexual, exercícios de Kegel (que são contrações da ppk) e o uso de vibradores. 

 

Segundo o mesmo estudo, em algumas situações, pode ser necessário o uso de medicamentos, por isso, é sempre recomendado marcar uma consulta com o médico para encontrar o tratamento mais indicado para cada caso.

 

Conversar com o seu parceiro ou parceira sexual sobre as suas necessidades, desejos e dificuldades é sempre uma boa dica. Juntos vocês podem achar um melhor caminho para gozar o sexo 😉 

 

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre estou envolvida com essa temática.

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