Sintomas de depressão feminina. Informação é o primeiro passo pra se curar e ajudar quem precisa
Como a pessoa se sente quando está com depressão? A gente te conta mais sobre esse tema!
Quando uma amiga próxima conta que está deprimida, muitas vezes nossa reação pode ser de pensar quantas vezes nós a vimos chorando ou, e se esse não for o caso, questionar se é mesmo verdade. Mas os sintomas da depressão feminina vão muito além do choro constante e, na verdade, algumas mulheres podem apresentar a doença sem nunca derramar uma única lágrima.
Venha saber mais sobre os sinais da depressão na mulher, como buscar ajuda ou oferecer apoio a quem precisa.
Depressão em mulheres
Homens e mulheres podem ficam deprimidos. Mas segundo a Organização Mundial da Saúde, o gênero é um determinante crítico da saúde mental. As mulheres são maioria em transtornos como depressão e ansiedade, enquanto os homens lideram em dependência de álcool. Curioso, né? Mas existem motivos para a depressão feminina e a gente te conta tudo abaixo.
O que é depressão
A depressão clássica é um transtorno de saúde mental que pode se manifestar de diferentes maneiras. Algumas pessoas ficam visivelmente deprimidas e tristes, enquanto outras só ficam apáticas, sem energia ou vontade de se levantar da cama. A doença também pode se manifestar em diferentes intensidades, mas sempre merece atenção, apoio e tratamento.
E atenção: a depressão não é uma tristeza passageira, daquelas que batem quando a gente briga com uma amiga ou tira uma nota baixa. É um estado constante e que precisa ser tratado.
Pessoas mal-informadas podem tratar a doença como preguiça ou frescura, o que pode ser muito prejudicial para quem está deprimido. Por isso, estar bem-informada e conversar sobre o tema com os familiares e amigos é fundamental.
Em mulheres, os hormônios responsáveis pelo ciclo menstrual e pelas características femininas podem provocar outros tipos de depressão. O transtorno disfórico pré-menstrual, por exemplo, é uma tensão pré-menstrual (TPM) tão grave e intensa que deixa a mulher deprimida. Ele tem até uma sigla específica: TDPM. Portanto, quem sofre com esta condição pode ter ainda mais dificuldades para lidar com as tarefas do dia a dia.
E você provavelmente já ouviu falar da depressão pós-parto. Na verdade, ela pode rolar já durante a gravidez, ou surgir até 12 meses após o nascimento do bebê. A condição inclui episódios depressivos maiores e menores, cujos efeitos podem ser graves e afetar tanto a mulher, quanto o bebê e sua família.
Causas
Os médicos e cientistas não têm uma resposta definitiva para o que causa a depressão. Mas segundo o Ministério da Saúde, as principais causas prováveis são:
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Genética: estudos indicam a existência de um componente genético na depressão. Isso significa que ter casos de depressão na família pode significar, em alguns casos, que estamos mais predispostos a desenvolvê-la.
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Bioquímica cerebral: há evidências de que a deficiência de certos neurotransmissores, substâncias que enviam mensagens do cérebro para o resto do corpo, está relacionada à depressão. Eles regulam o apetite, o sono e o humor e, quando desequilibrados, podem estar associados à depressão.
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Acontecimentos da vida: eventos estressantes podem desencadear episódios depressivos em pessoas que têm predisposição genética para desenvolver a doença, como a morte de uma pessoa que amamos ou perder um emprego.
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Em mulheres, a ação dos hormônios também pode estar por trás da depressão, especialmente durante a TPM e no pós-parto.
Sintomas da depressão feminina
Os principais sinais da depressão feminina são:
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Humor muito deprimido, que pode se manifestar como tristeza, desânimo e pensamentos negativos.
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Apatia e pouco interesse em atividades que você considerava prazerosas, como jogar uma partida de tênis, ir ao bar com as amigas ou ler um bom livro.
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Dificuldades para dormir.
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Alterações no apetite e no peso.
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Perda de energia.
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Sensação de inutilidade.
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Pensamentos de morte ou suicídio
Como qualquer doença, a depressão nem sempre causa todos os sintomas juntos. Pode ser que você esteja só meio apática e com dificuldades para dormir, por exemplo. Observe os seus sentimentos e fique atenta, pois não é normal estar sempre triste, cansada ou desinteressada pela vida.
Converse com uma pessoa de confiança e busque a ajuda de uma psicóloga ou psiquiatra. Você não está sozinha! E se notar os sintomas de depressão feminina em uma amiga, colega ou parente, estenda à mão. Às vezes, oferecer apoio e escuta pode salvar uma vida.
Camila Luz
Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.