Saúde e bem-estar

Você sabe o que é hemorragia menstrual? Vem entender

Camila Luz
14 Oct, 2022
4 min. de leitura
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A hemorragia menstrual é caracterizada por fluxo muito intenso, que se estende por até mais de oito dias e vem acompanhada por cólicas fortes e outros sintomas

Cada pessoa possui um ciclo menstrual único. Você pode ter mais ou menos dias de menstruação do que uma amiga próxima, ter ou não cólica, fluxo leve ou intenso, e por aí vai. Mas é preciso estar atenta, porque se a intensidade estiver além do esperado, pode ser um alerta que merece a sua atenção. Você já ouviu falar de hemorragia menstrual?

 

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Sintomas de hemorragia menstrual

Os principais sintomas de hemorragia menstrual são:

 

  • Fluxo menstrual que dura mais que oito dias

  • Fluxo muito intenso do primeiro ao último dia do ciclo

  • Dor na região íntima;

  • Cólica intensa;

  • Inchaço abdominal;

  • Alteração na coloração da menstruação;

  • Presença de coágulos na menstruação;

  • Cansaço excessivo.

 

Fluxo intenso pode ser totalmente normal, uma característica, do seu corpo 😊. Mas se você perceber que está perdendo sangue demais, tanto que o absorvente para fluxo intenso não dá conta, vamos ficar atentas. O mesmo vale para quando o fluxo dura mais do que oito dias, como explica a ginecologista Rebeca Gerhardt. "Em um ciclo menstrual normal, o fluxo costuma ser mais fraquinho nos primeiros e últimos dias", diz. 

 

Para te ajudar na auto-observação do seu ciclo menstrual, anote tudo no calendário menstrual. Vai ficar mais fácil fazer essa "análise". 

 

Um ponto importante é que qualquer mulher, em qualquer época do período reprodutivo, pode desenvolver essa disfunção. Isso quer dizer que tanto adolescentes que menstruaram pela primeira vez há pouco tempo quanto mulheres perto da menopausa estão sujeitas ao sangramento excessivo na menstruação

Como saber se estou com hemorragia menstrual? 

A dra. Rebeca dá a dica: repare no tipo de absorvente que você está utilizando, pois sempre é importante escolher o adequado para cada momento do ciclo. Se você está usando absorvente para fluxo intenso por dias e dias e, ainda por cima, é preciso trocá-lo em um intervalo mais curto do que a cada duas horas, pode ser sinal de hemorragia menstrual.

 

E se, além de todo esse sangue, você anda sentindo muita cólica, a ponto de não conseguir levantar da cama, além dos sintomas que listamos acima, atenção redobrada. A dra. Rebeca acrescenta que a hemorragia menstrual pode exigir, inclusive, cuidados médicos imediatos. A pressão pode cair ou a gente pode ficar tão fraca que é preciso ir ao pronto-socorro.

 

O sangramento excessivo na menstruação pode ter outros impactos na saúde, como a diminuição de ferro no sangue, o que pode resultar em anemia.

 

Principais causas da hemorragia menstrual 

A hemorragia menstrual pode estar sendo provocada por condições que, em alguns casos, provocam infertilidade. São muitos os fatores que podem desencadear a hemorragia menstrual, como: 

 

  • Pólipos no útero: os pólipos são nódulos, normalmente benignos e sem risco cancerígeno, que surgem a partir de inflamações ou infecções na região uterina.

  • Mioma: é um tipo de tumor benigno que pode surgir na idade fértil da mulher. Essa condição pode aparecer por conta de histórico familiar e aumento do estrogênio, o hormônio que regula a ovulação, por exemplo.

  • Disfunção ovulatória: esse problema, que acontece nos ovários, causa algumas modificações hormonais, principalmente nos primeiros anos de ciclo menstrual. A Síndrome dos Ovários Policísticos também pode estar ligada à hemorragia menstrual.

  • Endometriose é provocada por células do endométrio, o tecido que reveste o útero, que "caem" nos ovários ou na cavidade abdominal. Em condições normais, essas células saem do corpo pela menstruação. Mas no caso da doença, elas se movimentam no sentido contrário, para dentro do corpo, voltam a se multiplicar e a sangrar dentro da gente. 

 

Além dessas causas, outros fatores podem estar ligados ao problema, como o uso de alguns remédios, como os anticoagulantes, anticoncepcionais e os que contêm hormônios em sua composição. A alimentação, assim como hábitos que não são considerados saudáveis, também pode estar ligada à mudança no fluxo menstrual.

  

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Hemorragia menstrual: como parar

Se você perceber as alterações que a gente mencionou aqui, vá ao médico. Só o ginecologista vai poder fazer o diagnóstico correto, entender o que causou essa alteração e, claro, encontrar o melhor tratamento para o seu caso. Não é porque a sua amiga está sofrendo da mesma condição e está tratando de determinada forma que o mesmo vai ser eficiente no seu caso. Lembre-se sempre de que cada corpo é único! 

 

Na consulta, o médico pode te pedir os seguintes exames: ultrassom, hemograma (que é o exame de sangue) e biópsia endometrial (o profissional de saúde insere uma sonda pelo colo do útero e, em seguida, usando sucção, remove uma pequena quantidade do tecido do endoétrio, que reveste o útero, para análise). O ginecologista também poderá fazer um exame físico e, mais importante, bater um longo papo com você para entender direitinho quais são os seus sintomas. 

 

Dependendo das causas da hemorragia menstrual, o médico poderá recomendar o uso de medicamentos como anti-inflamatórios ou anticoagulantes. Também poderá sugerir o uso de contraceptivos hormonais, como a pílula, o Dispositivo Intrauterino (DIU) ou o implante subcutâneo. 

 

A cirurgia também pode ser uma opção em alguns casos, para retirar focos de endometriose ou miomas, por exemplo.

 

Mas nada de entrar em pânico, beleza? Os tratamentos para as condições que provocam hemorragia menstrual costumam ser bastante tranquilos. Em alguns casos, é preciso ter um pouco de paciência, pois como cada corpo reage de uma forma, nem sempre encontramos de primeira a solução para nossos sintomas. Por isso, ter um ginecologista de confiança ao seu lado é muito importante. 

 

 

Camila Luz 

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.

 

Dra. Rebeca Gerhardt

Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.

 

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.