Bora desvendar os sintomas da primeira menstruação
Será que você conhece os sintomas da primeira menstruação? Nós separamos um guia com os principais sinais de quem está para menstruar pela primeira vez e como lidar!
A primeira menstruação é um marco na vida de uma menina, pois representa uma transição entre a fase de criança e a adolescência. O bom é saber que nada acontece do dia pra noite e, por isso, dá pra prestar atenção e perceber a chegada dessas mudanças que mexem tanto com a gente. É só ficar atenta aos sintomas da primeira menstruação!
Sintomas da primeira menstruação
Se você está na expectativa da sua menarca (também conhecida como a primeira de todas as menstruações), há muitos sinais que seu corpo dá, até dois anos antes, de que ela finalmente vai chegar.
Estudos mostram que isso acontece devido ao pico de produção do hormônio estradiol, que influencia no crescimento em estatura, amadurecimento dos órgãos sexuais e das funções musculares.
Sinais de quem vai menstruar pela primeira vez
De acordo com o artigo acadêmico "Corpo e imagem corporal no início da adolescência feminina", as mudanças corporais mais significativas nas meninas, nessa fase que antecede a primeira menstruação, são:
1. A famosa "espichada": você ganha alguns centímetros de altura em poucos meses. Segundo o artigo, esse "surto de crescimento da puberdade" começa um ou dois anos antes que os órgãos sexuais amadureçam, e depois disso, dura de seis meses a um ano.
Nas meninas, essa mudança começa entre 8 anos e meio e 11 anos e meio, com um pico de rapidez que ocorre em média aos 12 anos e meio, declinando depois disso até parar por volta de 15 a 16 anos.
Nesse momento podem até aparecer as estrias, que são um sinal natural de que o crescimento aconteceu em um ritmo mais rápido do que a sua pele dava conta de acompanhar.
2. Surgimento dos seios: um pouco antes de menstruar, os seios das meninas não são exatamente como os das mulheres adultas, porque ainda estão se desenvolvendo, mas já é possível perceber que existe um volume por baixo da roupa.
Quando os seios começam a se desenvolver, primeiro surge uma espécie de "caroço", ou o que a médica vai chamar de "botões mamários", daí a região do mamilo escurece e se desenvolve um pouco. Até o amadurecimento total, são cerca de quatro anos.
Essa é uma mudança tão significativa que, no artigo que citamos acima, "Corpo e imagem corporal no início da adolescência feminina", a autora diz que “o desenvolvimento de mama tem maiores consequências psicológicas do que a própria menarca.”
Por isso, é sempre importante conversar com outras pessoas próximas e profissionais da saúde, que poderão te trazer mais tranquilidade nessa fase de tantas descobertas.
3. Secreção vaginal: a secreção vaginal (ou corrimento) pode começar a ficar mais esbranquiçado ou mesmo em um tom amarelo bem claro, e você vai perceber essa mudança na sua calcinha. Como os hormônios estão variando, a flora da vagina também está ficando diferente, e por isso há diferença nas secreções da ppk.
Se chegar a te incomodar, pode antecipar a sua consulta com a ginecologista para ter certeza de que está tudo bem. E conte, sempre que quiser, com os protetores diários para deixar sua calcinha com a sensação de limpa e fresca o dia todo!
4. Curvas do corpo mais acentuadas: basicamente, as principais mudanças nas curvas do corpo ocorrem no quadril, que fica mais largo, mas também podem ser notadas em outras partes de acordo com o seu biotipo, como as coxas e a cintura.
5. Variações de humor: talvez você não seja daquelas pessoas que viverá os sintomas da TPM mensalmente, mas falando de ciclo feminino e variações de hormônios, as mudanças de humor têm chances de acontecer, sim.
Pode ser só aquele chorinho emocionado com um comercial de creme dental, ou uma explosão de angústia + revolta + ódio quando você só queria dizer algo de um jeito sério. Mas, se acontecer, tá tudo bem, ok? Faz parte e aos poucos você vai aprendendo a lidar com isso.
Como lidar com os sintomas da primeira menstruação
Agora que você já entendeu as principais mudanças do seu corpo com a chegada da primeira menstruação, saiba que também é importante ter com quem conversar sobre essas questões. Pode ser sua mãe, uma tia, suas amigas ou até mesmo a sua professora preferida da escola. O importante é que quanto mais falamos sobre um assunto, menos estigma existe sobre ele.
Então, não tenha vergonha de dizer que não quer participar da aula de educação física porque está com cólica menstrual, pedir licença para os seus professores porque precisa trocar o absorvente ou dizer às amigas que deseja ficar mais quietinha porque não está com o emocional nos melhores dias. Tudo isso faz parte dessa nova fase, e vivê-la do seu jeito também é uma etapa do processo.
Listamos algumas dicas que podem te ajudar durante essas mudanças que acontecem depois da primeira menstruação:
-
A menstruação é uma situação pessoal e íntima e não precisa ser tratada como fato público se você não quiser. Por isso, a sua família não precisa transformar isso na última fofoca do bairro. “Ficar mocinha” não precisa ser um evento pra todo mundo, né? É um assunto íntimo seu, então compartilhe com as pessoas em quem você confia.
-
Menstruar é umsinal de saúde do seu corpo. Por isso, vale começar o acompanhamento médico quando esse momento chegar. Falar com uma ginecologista (ou um ginecologista) vai te ajudar a entender como seu corpo funciona e ficar de olho na sua saúde.
-
Quando o dia chegar, não tenha vergonha do seu absorvente, nem de estar menstruada. Não precisa fazer mil malabarismos pra escondê-lo no bolso para ir ao banheiro, ok? Faz parte da vida de toda mulher carregar absorvente. E é sempre bom lembrar: tem que trocar sempre, mais ou menos a cada 4 horas, pra não correr o risco de transformar sua calcinha numa festa quentinha e úmida para as bactérias e fungos – porque eles adoram esse tipo de ambiente!
-
Para limpar a região íntima, use apenas água e sabonete neutro (ou um sabonete íntimo próprio para a ppk), que além de limpar, ajuda a preservar as defesas naturais da região. Nada de duchas internas, no canal vaginal, porque a vagina (lá dentro) é autolimpante, beleza? Produtos muito perfumados também podem não ser muito legais, porque eles podem prejudicar a mucosa e a flora vaginal, que contém bactérias “do bem”, que protegem a mulher de infecções por outros micro-organismos "do mal". Nessa hora, menos é mais!
-
Pratique atividades físicas, principalmente as leves, como caminhadas. Elas podem ajudar com desconfortos relacionados ao seu ciclo, incluindo as cólicas;
-
Estigmas como “não pode lavar o cabelo” ou “nada de esportes” durante a menstruação são apenas lendas urbanas - quando ninguém falava sobre estar menstruada por causa do preconceito.
-
Crie seu calendário menstrual (pode ser aqui em Kira mesmo): anote tudo, desde a primeira menstruação, incluindo a cólica e a TPM, se elas aparecerem aí. Isso ajuda a entender a duração média dos ciclos e perceber o que acontece com o seu corpo durante o ciclo menstrual. A sua calculadora menstrual é uma das suas principais ferramentas de autoconhecimento.
-
Só porque você menstruou não significa que precisa se comportar como uma mulher adulta, tá? Respeite o seu tempo, para todas as fases da vida - elas são importantes e, no futuro, você vai agradecer a si mesma por ter vivido tudo com calma.
A menstruação e seu ciclo menstrual podem ser novidade, mas não são nada de outro planeta. Por isso, se algo relacionado a isso começar a te impedir de viver sua vida, seja por fraquezas, indisposição ou dores, procure sua ginecologista.
E se, mesmo depois disso, você ainda estiver com dificuldades para lidar com a sua primeira menstruação e o seu ciclo, lembre-se: todas nós já passamos ou vamos passar por isso.
Quer contar como foi a sua primeira menstruação? Adiciona um comentário aqui embaixo e compartilhe com outras meninas a sua experiência!
Tati Barros
Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.