Exame ginecológico, tudo o que você precisa saber

O exame ginecológico é mais tranquilo do que você imagina. Vem saber tudo sobre ele!

Toda mulher em idade fértil, especialmente as que já são sexualmente ativas, devem fazer o exame ginecológico com regularidade. Este exame tem um nome que pode soar engraçada para algumas pessoas – é Papanicolau! Se você vai fazê-lo pela primeira vez em breve e está meio nervosa, pode ficar tranquila, pois é simples, rápido e quase não incomoda. Conversamos com a ginecologista Rebeca Gerhardt, que nos contou tudo sobre ele:

Segundo a dra. Rebeca, nem todas as idas ao ginecologista envolvem o Papanicolau. Dependendo do objetivo da consulta, o médico poderá fazer apenas um exame físico simples. "O exame ginecológico mesmo, quando introduzimos aparelhos dentro da vagina, só começa quando se inicia a vida sexual", diz.

A ideia de inserir aparelhos dentro da vagina pode parecer um pouco assustadora 🥴. Mas o incômodo que a gente sente é pequeno, estando relaxada e confiando na pessoa que faz o exame, é quase nenhum e, com o tempo, a gente tende a se acostumar. 

Funciona assim: você irá se deitar em uma maca que possui dois apoios para as pernas. A ideia é ficar bem relaxada para que o profissional da saúde possa inserir um instrumento chamado espéculo na vagina (o buraquinho maior da ppk, por onde sai o sangue de menstruação). 

O espéculo também é conhecido como "bico de pato" pelo seu formato. Ele ajuda o ginecologista (ou quem estiver fazendo o exame) a dar uma olhada lá dentro da vagina e a coletar um pouco de secreção do colo do útero. Não precisa de anestesia, pois o incômodo realmente é pequeno, tá? 

As células colhidas são colocadas em uma lâmina para serem analisadas em laboratório. Segundo a dra. Rebeca, o objetivo do exame é detectar precocemente o vírus HPV e prevenir o câncer de colo de útero. “O HPV está associado ao comportamento sexual por sua forma de transmissão. Por isso, o Papanicolau é feito em mulheres sexualmente ativas”, diz. 

No entanto, mesmo as mulheres que não são sexualmente ativas precisam fazer o Papanicolau em algum momento da vida. Mulheres que se relacionam com outras mulheres, ou que não fazem sexo com penetração, também. Em geral, o médico utiliza aparelhos menores e menos invasivos nesses casos.

“Não é o exame mais confortável do mundo, mas não é para gerar dor ou machucar”, diz a dra. Rebeca. 

Por fim, ela explica que o exame ginecológico não fica só no Papanicolau. O ginecologista também examina as mamas, para descartar qualquer indício de câncer. Em meninas adolescentes, avalia o desenvolvimento dos seios e a distribuição dos pelos para acompanhar o corpo que está em transformação.

Em geral, o exame ginecológico não deve ser feito quando estamos menstruadas, pois pode interferir no resultado, como explica o Ministério da Saúde. Por outro lado, a dra. Rebeca diz que, em alguns casos, o ginecologista pode fazer um exame físico quando estamos menstruadas para investigar problemas específicos.

O Ministério da Saúde também recomenda evitar relações sexuais 48 horas antes do exame, assim como o uso de medicamentos vaginais ou anticoncepcionais locais. 

É importante lembrar que você não precisa se depilar para ir ao ginecologista. A gente já sabe que depilação é uma questão de escolha, não uma obrigação. A ideia de que mulher precisa estar depilada foi construída pela sociedade machista e nós já estamos derrubando, juntas, esse e outros conceitos. Então, se não te incomoda, não tem razão alguma para tirar os pelos antes de uma consulta médica 😉 

No mais, é importante consultar um ginecologista em quem você confie e com quem se sinta confortável, para ficar mais tranquila e relaxada na hora da consulta e do exame. Por fim, antes de ir ao consultório, anote qualquer pergunta ou sintoma esquisito para discutir com o médico. Essa é a sua oportunidade de cuidar da sua saúde física e sexual com bastante carinho. 

É bacana, também, ter anotada a data da última menstruação. É uma informação importante, que normalmente o médico pede. Pra facilitar a sua vida, você pode anotar tudo no calendário menstrual, e, na hora da consulta, é só checar quando desceu a última vez. 

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.

Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.